Nossa estrutura corporal é constantemente influenciada por nossas emoções e por aspectos externos, e o maior deles é o stress.
Por exemplo, quando estou nervosa, preocupada, estressada, eu contraio meus músculos numa tentativa de controlar as altas cargas internas (medos e ansiedades) e externas (prazos, metas, etc.) que estou percebendo, num esforço em lidar com aquela situação. Se isso acontece com grande intensidade ou por um período prolongado de tempo, tendo a criar um sintoma (agudo ou crônico) como dores, espasmos, contraturas… Isso, só citando o sistema osteomuscular.
Se eu mantenho essa alteração de tônus (alteração do “estado de excitabilidade do sistema nervoso que controla ou influencia os músculos esqueléticos), minha postura irá sofrer mudanças, alterações e deformações.
Isso acontece porque meu corpo está tentando se defender, é uma forma de adaptação. E essa adaptação é o único caminho que encontro para lidar com as dificuldades do momento, ainda que não seja a mais adequada.
Pensando nisso, vejo o quanto é difícil alterar a postura de alguém sem considerar aspectos emocionais, porque as posturas corporais são também reflexos do emocional na estrutura física do corpo.
Estados de tensão prolongados, dores físicas, alterações no sono, nas sensações de bem estar, oscilações de humor e etc., podem ser sintomas de que não estamos bem… Que não estamos dando conta do momento e que precisamos então encontrar uma forma de nos “autorregularmos”.
E quando penso em “autorregulação”, penso em encontrar outras formas para lidar com a situação em si, e comigo dentro desse contexto, já que a forma atual não está funcionando.
É aí que entra o trabalho integrativo e a proposta da Terapia Corporal, considerando a história do indivíduo inscrita no corpo, seu momento atual, sua história de vida, como fez e faz uso de seu corpo diante das emoções que sente, onde se prende, onde se torce, se espreme, se deforma…
Então começo a prestar atenção nesse corpo que fala por meio de sinais sutis. Um corpo que talvez se segure numa respiração mais presa, que sente medo num ombro mais encolhido ou insegurança com pés que não tocam o chão…
Quais seriam as possibilidades implícitas nesse corpo tão cheio de vida e de potência, que não podem se expressar? Que formas não puderam aparecer? Como alcançá-las e convidá-las a fazerem parte do momento atual?
Nem sempre podemos ver esses sinais apenas olhando para o espelho. É preciso olhar pra dentro, ouvir sons quase inaudíveis e, por vezes buscar o auxílio de um profissional com instrumentos afinados, uma escuta atenta, um olhar astuto e treinado.
Aprender a viver com o próprio processo corporal, aprender a usar o corpo como uma fonte de conhecimento sobre os mistérios da própria vida são abordagens contemplativas. É como construir uma vida interna subjetiva… Construir o próprio centro de significado e compartilhá-lo socialmente. E esta é uma meta muito rica e poderosa na qual estamos todos envolvidos!
Eu sou a Francine e espero te ver sempre aqui para que juntos possamos desbravar a complexidade tão linda que existe dentro de cada um de nós!
Abraços com carinho 😉
Autora: Francine Pezeta