SAIBA AS PRINCIPAIS CAUSAS DA ALOPECIA FEMININA
Primeiramente, gostaria de agradecer os elogios que temos recebido dos pacientes e queridos leitores. Pode ter certeza que vocês são nosso maior incentivo para continuar trazendo informações da área da tricologia de forma séria e confiável.
O tema que trouxe hoje e muito comum no dia a dia da clínica: Calvície feminina (Alopecia Androgenética). Embora seja um assunto extenso, gostaria de comentar com vocês sobre seus aspectos mais importantes e desvendar alguns mitos que vejo (infelizmente, e muita bobagem escrita por ai)
Por ser um tipo de alopecia que tem um impacto emocional muito grande nas mulheres, o diagnóstico precoce e a prevenção são fundamentais para quem ama e deseja preservar a saúde de seus cabelos.
Segundo a literatura, apesar de ser uma alopecia muito comum nos homens (40-50%), as mulheres vêm sendo cada vez mais acometidas por este tipo, sendo em torno de 20% durante a idade fértil e uma porcentagem ainda maior quando entram na menopausa.
1- CAUSAS DA CALVÍCIE FEMININA
- Aumento da produção de hormônios androgênicos
- Síndrome do ovário policístico
- Hiperplasia adrenal congenital
- Tumores ovarianos
- Tumores da Supra Renal
- Reposição hormonal excessiva
- Expressão aumentada de receptores androgênicos
- Hiper responsividade dos receptores androgênicos
- Aumento da atividade da enzima 5-alfa-redutase
O próprio nome (Alopecia Androgenetica) explica sua causa. “Andro” vem de androgênios (DHT, Testosterona, androstenediona, DHEA) que são os hormônios produzidos pela supra renal e/ou ovarios. Esses hormônios atuam a distância, em diferentes regiões do corpo, incluindo o folículo piloso (bulbo). A enzima 5 alfas redutase transforma a testosterona em DHT, sendo este o responsável pelo afinamento progressivo dos fios.
“Genética”, vem do polimorfismo (A>G) encontrado no primeiro exon do gene. Relacionado ao cromossomo X e, portanto, pode acometer tanto homens quanto mulheres. Sua penetrancia e variável e pode inclusive pular gerações.
2- SINAIS E CARACTERÍSTICAS DA ALOPECIA FEMININA
- Afinamento lento e progressivo dos fios
- Rarefação dos cabelos
- Bronzeamento e queimadura do couro após exposição sol
- Aumento da oleosidade no couro cabeludo
- Dificuldade no crescimento dos fios
- Queda de fios muito curtos
- Aumento de penugem (pelos vellus)
- Hiperandrogenismo: acne, seborreia, aumento pelos grossos no corpo.
3- FATORES DESENCADEANTES OU QUE PIORAM A CALVÍCIE FEMININA:
- Variações de peso
- Uso de anabolizantes
- Hábitos Alimentares
- Algumas químicas capilares
- Alguns Medicamentos
- Comorbidades associadas
- Estresse físico, mental ou emocional
Em seu estudo, Ramos diz que o dermatoscópio é uma excelente uma ferramenta capaz de mostrar de forma simples sinais precoces de miniaturização capilar. E realmente, com ele, podemos classificar e diagnosticar de forma precoce a alopecia, além de conseguir acompanhar a resposta do tratamento realizado.
Apesar da origem genética, há tratamento para alopecia feminina. Até o momento presente, não há cura definitiva e o tratamento visa controle dos sinais e retardamento ao máximo a evolução da doença. Na pratica clínica, percebemos que quanto mais cedo iniciar um tratamento específico, melhores são os resultados e a satisfação do paciente. Quem trata da forma correta sabe do que estou falando. Os estágios iniciais de acordo com a classificação de Ludwig apresentam os melhores resultados.
Fiquem atentos e quando houver dúvidas, procure um especialista em cabelos. O médico através de uma avaliação clínica, dermatoscopica e laboratorial consegue investigar, analisar todos os fatores de risco que envolvem a calvície feminina, para orientar melhor e tratar de forma individual.
Não há “receitinha de bolo” para o tratamento mesmo porque alguns medicamentos possuem contraindicações e precauções em seu uso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- Dermoscopic findings in female androgenetic alopecia*, Bras. Dermatol. vol.87 no.5 Rio de Janeiro Sept/Oct. 2012
- Fitzpatrick, Tratado de Dermatologia.