HIDRATAR SIGNIFICA AUMENTAR A QUANTIDADE DE ÁGUA, mas como fazer isto sem causar o efeito desagradável do frizz? Qual a quantidade de água que um cabelo deve ter? Fique aqui comigo que eu, Evelize, responderei todas estas perguntas para você logo adiante 😉
Entendendo a relação “água & cabelo”
- A quantidade de água no fio varia em função da umidade relativa.
- Com o aumento na umidade, aumenta-se o conteúdo de água dos fios.
- Essas reações de perda ou ganho de água são muito rápidas.
- O conteúdo de água do cabelo aumenta e diminui em todos os processos de lavagem do cabelo.
- A absorção de água é um processo que libera calor, ao lavarmos o cabelo com água fria favorecemos o intumescimento (aumento de água).
- A retirada de água do fio é um processo que retém calor, portanto secar com calor favorece a perda de água.
- Cabelo descolorido seca mais rápido que o cabelo sem processamento.
CONCEITO ERRÔNEO: “A Hidratação deve sempre aumentar”
ISTO NÃO É VERDADE, pois o aumento no conteúdo de água altera as propriedades internas e externas dos fios de cabelo, criando muitas vezes condições inadequadas para os mesmos.
Então qual é a quantidade de água ideal nos cabelos?
No caso do cabelo não danificado, o teor ideal de água é aquele que existe nos fios quando a umidade relativa do ar está na faixa de 50 a 65%. Nessa condição, são encontradas as melhores propriedades mecânicas dos fios. Acima ou abaixo desta quantidade, a situação é prejudicial.
Quando os fios estão danificados eles perdem água mais facilmente, mas ao mesmo tempo o excesso pode causar o indesejável efeito frizz!
Cosméticos hidratantes capilares
“Um bom hidratante para o cabelo é uma substância capaz de manter o conteúdo de água dos fios independentemente das variações na umidade relativa do ar”
O hidratante é um produto que aumenta a quantidade de água presente no cabelo. Esta hidratação não pode ser percebida diretamente. O conceito de hidratante capilar é diferente do de pele, pois para a pele é sim possível dar água, e quanto mais água melhor. No cabelo utilizamos produtos que mantém a sua umidade, formando uma barreira sobre o fio.
Temos 2 tipos de apresentação de produtos hidratantes:
- Produtos rinsáveis: são mais eficientes se os ativos se ligam ao cabelo, pois os ativos muito solúveis em água saem durante a lavagem.
- Produtos leave in: são mais eficientes que os enxaguáveis, pois os ativos ficam nos fios.
Componentes de um produto hidratante
Os componentes de um produto capilar hidratante na verdade são aqueles com a capacidade de reter água. São formadores de um filme que reveste o fio, protegendo-o da perda ou absorção excessiva de água. Abaixo, alguns exemplos de componentes:
PROTEÍNAS: A Queratina é a matéria prima do nosso cabelo e ele é formado por 3 partes:
- Cutícula: é o revestimento do fio, é semelhante a um telhado;
- Córtex: é a porção onde se encontra o pigmento do cabelo e onde a queratina (que é a proteína que forma nosso cabelo) sofre ondulações determinando se o cabelo será liso ou crespo;
- Medula: a medula (é a parte interna do fio, pode estar ou não presentes nos fios).
A queratina tem alta afinidade pela água, ela tem a capacidade de absorver 40% do seu peso em água, sua função é aderir às partes danificadas do fio, selando-as e impedindo que o fio perca água.
A FIGURA 1 abaixo, mostra como é a estrutura do fio e como a queratina aparece na cutícula, em forma de telha, assim como na parte interna do fio ela se enrola, dando a forma ao nosso fio.
As proteínas mais utilizadas em produtos capilares são: queratina, queratina hidrolisada, queratina quaternizada e aminoácidos de queratina (são os que possuem maior poder de regeneração, pois eles têm a capacidade de penetrar no fio. Ex.: proteína hidrolisada do trigo, cistina, alanina, serina, valina.
EMOLIENTES: são componentes oleosos, formadores de filme. Se aderem à superfície do fio protegendo-o da perda de água e impedindo a absorção de água, o que causa o friz. Nesta categoria estão os silicones, ésteres, polímeros quaternizados, óleos e manteigas vegetais e o óleo mineral.
SILICONES: são utilizados em quase todos os produtos capilares, principalmente em produtos finalizadores e protetores térmicos. São doadores de brilho, melhoram a penteabilidade e protegem contra o calor. Ex.: dimeticone, ciclometicone, ciclopentasiloxane.
ÉSTERES DE ÁCIDO GRAXO: são excelentes substitutos do óleo mineral (por serem mais leves) e dos óleos vegetais (por serem mais estáveis). Muito usados em condicionadores e máscaras. Ex.: miristato de isopropila, ácido isoesteárico.
POLÍMEROS QUATERNIZADOS: são formadores de filme e são utilizados em todos os produtos capilares. Ex.: polyquartenium 10, polyquartenium 7, polyquaternium 23.
ÓLEOS VEGETAIS: são extremamentes hidratantes e estão na moda, principalmente os óleos exóticos. Ex.: óleo de argan, óleo de ojon, manteiga de murumuru, óleo de jojoba, manteiga de karitê.
ÓLEO MINERAL: é uma alternativa mais barata de emoliente, muito utilizado em reparadores de ponta.
Espero que você tenha gostado e que volte sempre para nos visitar 😉
Referências Bibliográficas:
- BOUILLON, C., WILKINSON, J., The Science of Hair e Care, ed. Taylor e Francis Group. Boca Raton, cap. 4, 2005.
- CORREA, M.A., Cosmetologia: Ciência e Técnica, ed. Medifarma, São Paulo, 2012, cap. 4, 2012.
- HALAL, J., Dicionário de Ingredientes de Produtos Para Cuidados com o Cabelo, Cengage Learning: ed. Senac, São Paulo, 2010.
- JOHNSON, D.H., Hair and Care, ed. Marcel Dekker, New York, cap. 10, 1997.
- NELSON, D. L., COX, M.M., Lehninger: Princípios de Bioquímica, ed.W.H. Freeman and Company, New York, cap. 6, 2002.