DESCUBRA O SEU TIPO DE CABELO E CONFIRA AS DICAS
Este assunto é um tanto complexo, mas esforçarei para deixar esta leitura o menos cansativa possível, apesar de um pouco extensa. O tema abordado nos traz uma relação entre sistema capilar que é vivo, e o fio/haste capilar que é “morto”.
Quando falamos de folículo piloso imediatamente correlacionamos a uma estrutura que produz pelo e/ou cabelo, certo? Dessa forma, vem as seguintes dúvidas:
“Todos foliculos pilosos são iguais? E se for, os cabelos também são?”
Resposta: Não para as duas questões, o folículo muda mediante os fatores genéticos de cada etnia, e as estruturas internas e o ângulo da implatação também, então podemos imaginar que essas mudanças ocorrem mediante às origens de cada indivíduo.
Podemos imaginar que existem formatos de folículos diferentes e, consequentemente a produção de um fio diferente. Com isso a tipologia (variedades entre os fios) densidade, resistência e espessura são diversas em todos os aspectos.
Antes de falarmos das variações dos cabelos, darei uma breve explicação das estruturas interna e externa e o que elas representam para os cabelos.
CAMADAS DO FIO
Medula: é a parte mais interna do fio, porém ela não exerce função efetiva no cabelo (de resitência ou espessura), no entanto os fios que a possui tem maior índice de reflexão de luz, ou seja, o brilho é mais perceptivel.
Córtex: é a porção interna dos fios e responsável por 80% a 90% da massa capilar, o mesmo em sua composição possui ligações de enxofre formando o aminoácido cistina, e posteriormente a proteína queratina que conferem resistência a elasticidade, sendo possível a extensibilidade em até 50% do seu tamanho e o retorno a sua forma normal. Esta estrutura se subdivide em duas partes:
- Paracórtex: É a região mais rígida do cortex, formado por um queratina cristalina de maior resitência.
- Ortocórtex: É a região menos resitente do cortex, possui queratina amorfa em sua composição.
Cutícula: é a extrutura externa dos fios, responsável por compor até 10% da massa capilar total, sendo a parte mais resistente do cabelo, essas pequenas células se sobrepõem como telhas formando assim uma camada de revestimento protegendo o córtex contra os efeitos físicos e químicos, que por sua vez tem uma variação de 5 até 14 camadas de cutículas em um fio. Quanto mais camadas, maior a resistência do fio.
Agora que sabemos um pouco das estruturas do cabelo, vamos falar de três tipos básicos mais comuns, suas variações de resitência e espessura em ordem decrescente. Lembrando que com a miscigenação, esses 3 tipos se subdividem em outros subtipos que abordaremos em um outro post.
CABELOS LISOS (MONGÓLICO OU LISÓTRICO)
Origem: Oriental. São os cabelos bem lisos. Sabe o porquê esse fio é lisinho ?
- Formato do bulbo circular (redondo);
- Sentido de crescimento da raiz bem definido;
- Angulação folicular vertical.
Sabe porquê o esse tipo de fio é o mais resistente entre os demais tipos ?
- Possui uma simetria em sua porção externa;
- Grande quantidade de camadas de cuticulas chegando até 14 camadas;
Predominância do paracórtex no interior do córtex (região mais densa e resistente).
CABELOS ONDULADOS (CAUCASÓIDES)
Origem: Europeia. Sentido de crescimento bem definido
- Ondulação no prolongamento da haste capilar,com uma projeção folicular levemente inclinada que caracteriza um cabelo de raiz lisa e ondulação no comprimento;
- Não possui uma uniformidade de camadas externas, onde está presente a leve ondulação (local mais fino ou de maior fragilidade) que acontece um pequena diferença entre camadas de cuticulas;
Fio possui boa formação cortical, deixando ele com um diâmetro similar a de um mongólico, porém em um corte tranversal possui formato ovalado.
CABELOS CRESPOS (AFRO-NEGRÓIDE)
Origem: Continente africano, bastante frequente no Brasil devido a miscigenação.
Formato: Elíptico. Por causa desse formato e diferença de espessura, esse fio é sempre classificado como médio/fino.
- É o tipo de fio com maior fragilidade;
- Possui uma projeçao folicular quase paralelo as primeiras camadas da pele;
- Possui uma grande dificuldade de lubrificação devido a angulação do seu folículo. Portanto, é o tipo de fio que tende a menos lubrificação e hidratação natural ao longo da haste, pois o óleo produzido pelas glândulas sebáceas não conseguem atingir até o final da haste (por causa várias curvaturas existentes), ficando a lubrificação mais próxima ao couro cabeludo;
- Não possui uniformidade de camadas de cutículas sendo a diferença até 3 a 4 camadas entre os lados, fator que contribui muito para a sua fragilidade;
- Não possui uniformidade entre as camadas no córtex e é por isso que ele sempre está classificado como médio/fino.
Precisamos ter muita consciência quando pensamos em mudar o nosso cabelo, porque existem vários outros fatores que ainda não citei, mas que também influenciam no formato, resistência e espessura dos fios.
Há vários critérios a serem levados em consideração antes de realizar qualquer tipo de química, só um profissional da área sabe avaliar e pesar o risco-benefício, indicações, contra-indicações, pré e pós química.
Podemos também ter a possibilidade de alterar a forma do cabelo de forma defitiniva, mas apenas dos fios que vemos e como falei é a parte “morta” e não o que está em formação dentro do folículo piloso (parte “viva”). Após um tempo, qualquer mecanismo químico utilzado pode retornar à forma natural.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- HALLAL HALAL, John. Tricologia e a química Cosmética Capilar: tradução da quinta edição norte-americana. São Paulo – Cengage Learning, 2011.